O que o minimalismo me ensinou sobre dizer NÃO

Sim, você precisa aprender a dizer não.

Não é fácil dizer não, tampouco ouvir. Mas é preciso. 

Houve um tempo em que tive muita dificuldade em dizer não e acabava fazendo o que os OUTROS queriam e não aquilo que EU queria, que me fazia bem, feliz e me deixava à vontade. Houve um tempo também que me preocupei muito com a opinião alheia, como o modo como esperavam que me vestisse, vivesse, existisse. Sempre que eu fazia algo que não queria sentia fisicamente o desconforto, perdia o sono, ficava ansiosa, vivia no futuro prevendo mil e uma coisas que poderiam acontecer. Quando conheci o minimalismo vi que tudo era tão simples: bastava dizer não. Pra quê complicar, não é mesmo?! Isso significou recusar convites, eventos, visitas a lugares que não queria ir, roupas que não desejava usar, palpites de familiares, dentre tantas coisas. A vida ficou mais leve, a ansiedade melhorou bastante. Hoje procuro estar atenta a minha intuição e sentimentos. Procuro ir somente onde me sinto bem, estar com pessoas que me fazem bem, vestir o que acho confortável. Ano passado doei todos os calçados de salto alto (que diga-se de passagem, não eram usados) e quando os calçava, me sentia inadequada, então por que forçar? Deixei no armário somente um scarpin preto com um saltinho de uns 2 ou 3 cm, que devo ter usado no máximo umas 4 vezes. Ainda preciso melhorar algumas coisas, pois ainda tenho dificuldades em não deixar que a frustração e sentimentos nocivos de outras pessoas interfiram em meu estado de espírito. Algumas pessoas se aproveitam da incapacidade de outras dizerem não e acabam invadindo o espaço que não é delas, sobrecarregando o outro, seja com trabalho, reclamações, etc. Nossa vida é preciosa demais para deixarmos que outras pessoas nos digam o que devemos fazer. Não é fácil, especialmente porque as pessoas que mais temos que colocar limites geralmente são nossos familiares, mas com jeitinho dá certo e todo mundo sai ganhando. O máximo que pode acontecer é a outra pessoa não gostar e ficar com a cara feia, mas aí o problema é dela, não seu.