Como tenho me virado sem o cartão desde o final do ano passado
Tive meu primeiro cartão de
crédito há cerca de dois anos, até então sempre controlei bem meus gastos de
modo a pagar as compras à vista. Evitei usá-lo nos primeiros meses, mas quando
comecei a comprar pela internet as vantagens eram inúmeras, já que as parcelas
ficavam pequenininhas e o valor final era o mesmo, independente se o pagamento
seria à vista ou em prestações a perder de vista. Ano passado percebi um certo
descontrole, especialmente durante a black
friday pois cheguei a ter uma crise de ansiedade por um dos produtos que
queria, no caso uma colcha, estar esgotada em diversos sites. Achei a bendita
da colcha num site que nunca havia comprado e felizmente o produto chegou
certinho. Fiz inúmeras prestaçõezinhas que juntas estavam roubando parte do meu
salário e mesmo agora, com o cartão cancelado, terei faturas sendo descontadas
até outubro deste ano! Meu Deus! E nos últimos meses pagarei uma única
prestação de 10,37. Quando parei pra checar onde estava indo o rico dinheirinho
percebi que tinha voltado a comprar supérfluos, além de roupas e sapatos
desnecessários. Percebi que a soma destes supérfluos ficou em torno de 5 a 6
mil reais ano passado, o que poderia muito bem ter sido gasto em lazer (que
tive bem pouco) ou mesmo poupado para comprar uma ou outra coisa de excelente
qualidade, já que muito do que comprei pela internet foi doado com bem pouco
uso, pois os tecidos eram péssimos, encolheram e desbotaram nas primeiras
lavagens. Dia destes estava lendo o livro Capitalismo Parasitário, do Zygmunt
Bauman e foi então que decidi de uma vez por todas quebrar este ciclo vicioso.
E foi mais fácil do que pensava, pois consegui cancelar o cartão em poucos
minutos e pelo telefone. O que não foi tão fácil foi começar a refletir,
ponderar e deixar de efetuar algumas comprinhas. Comecei a fazer como antigamente:
preciso ou quero? Vale a pena o gasto? O material é bom, de marca ética? Posso
pagar? Confesso que janeiro foi um mês difícil e minha sorte foi ter uma
poupança na qual pude me emprestar um dinheiro que possibilitou o pagamento de
algumas contas à vista, como o IPVA. Fevereiro ainda terá uma fatia
considerável do salário que irá para o pagamento do cartão de crédito e a
partir de março o orçamento estará mais estabilizado. Não me arrependo do
cancelamento, apesar de o cartão ser muito útil em alguns momentos, mas mesmo
sendo educada financeiramente, cometi vários deslizes devido às facilidades que
se escondem por trás dele. Sem contar a anuidade que pagamos para poder usar um
dinheiro de plástico que nos permite gastar aquilo que não temos. Chega! Agora
é retomar e voltar a poupar.
Pois acabei de cancelar o meu e como você vou amargar vários meses com faturas pequenas, mas juntas formam um valor considerável.Preciso acabar com esse rombo no meu orçamento.
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