Ei, leitor, começo nosso papo de hoje indagando se você acha bom ser ser desobediente.
Definição de
obediência: Cumprimento da vontade alheia,submissão. Quando dizemos que uma criança
não é obediente, isto significa que ela pensa e age por si mesma, questiona as
regras, não cumpre a vontade alheia, mas a sua vontade. Será que é tão ruim
assim ser desobediente? Será que não estamos treinando nossas crianças para
serem adultos obedientes? Que não se posicionam criticamente perante os mandos
e desmandos da família, cônjuge, chefe, governo? Será que a obediência não tem
criado cidadãos passivos? Será que a obediência não é a causa de tantas
frustrações? Será que a obediência não nos torna pessoas manipuláveis? Estamos acostumados a somente obedecer? Cumprir ordens descabidas? Será que é por sermos tão obedientes que cedemos aos apelos da mídia? Será que por
sermos tão obedientes pensamos tão pouco fora da caixa? É por isso que
tudo que foge à regra parece estranho? Será este o motivo de tantas crianças estarem sendo diagnosticadas com transtornos de comportamento, como a hiperatividade e
são medicadas como se fossem doentes? A ritalina é conhecida como a droga da obediência,
tamanho uso indiscriminado. Há tantas crianças doentes ou apenas
uma nova era que veio ensinar que podemos ser diferentes e que questionar as
regras sociais não é errado? O mundo precisa de mais pessoas desobedientes, de
mais trabalhadores desobedientes, de mais filhos desobedientes, de mais alunos
desobedientes. A desobediência aqui não é citada no sentido de estimular a
grosseria, falta de educação, uso de palavras de baixo calão, mas sim no
sentido de promover mais seres humanos críticos, uma alteração nos moldes da
educação (que infelizmente, em pleno séc XXI, mantém na grande maioria das
escolas brasileiras a educação bancária, onde o aluno é visto como alguém vazio
de conhecimentos, cabendo ao professor/escola enchê-lo com conhecimento). Não
se ensina a pensar, a construir o conhecimento com base nas experiências vividas por cada um de nós e sim a receber tudo pronto, a
decorar, a não fazer ligações entre a teoria e a prática.
Mas o que tudo isso tem a ver com o minimalismo? Acredito que tudo. O
próprio minimalismo é movido por pessoas mais críticas, que têm a coragem de se
posicionar perante o consumismo, os objetos, os sentimentos, as pessoas de forma
mais crítica. Vejo os minimalistas como pessoas desobedientes, que vão contra o
que o sistema capitalista em que vivemos mais deseja: que compremos mais e
mais. Que descartemos objetos praticamente novos, para que o foco não seja o
bem-estar e as experiências, mas o status, o ter, o ficar muitas vezes
endividados. Desejo do fundo do coração uma sociedade mais desobediente, que questione mais, leia mais, estude mais, cuide de si e dos filhos, que tirem mais os olhos e o indicador da tela do Smartphone e olhe mais nos olhos de seus familiares, para o céu e para si...
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